COMPOSTAGEM

Compostagem

     Embora o lixo seja considerado uma grande ameaça à vida, verifica-se que é possível minimizar os seus impactos, ao adoptarem-se medidas preventivas, abandonando práticas de consumo exagerado ou então, consciencializando a população, seja em relação ao destino ou às formas de reciclagem do lixo gerado. Assim, é necessário que as pessoas e as instituições assumam novas atitudes, visando gerir de modo mais adequado a grande quantidade e diversidade de resíduos que são produzidos diariamente. Existem algumas práticas, como a compostagem que não só reduzirão o volume de resíduos produzidos, mas também permitirão o exercício da reutilização. São atitudes simples e viáveis que podem ser incorporadas cada vez mais, a fim de proteger o ar, o solo e a água, trazendo como consequência melhores condições de saúde humana, qualidade de vida e saúde ambiental.
Sabias que o tempo de decomposição de materiais pode variar de 2 semanas a até 600 anos?
Agora imagina o que podes fazer se seleccionares os materiais certos?! Podes transformar o que seria lixo em adubo orgânico, enriquecendo a terra em vez de desperdiçares recursos e gerares mais poluição!

                                              

O que é exactamente a compostagem?
A compostagem é um processo de decomposição controlada de matéria orgânica (ramos, folhas, restos de alimentos, etc…) feita através de microorganismos (fungos e bactérias).
Esta decomposição pode ser feita num compostor (recipiente apropriado para a compostagem), em pilhas de compostagem ou simplesmente amontoando a matéria orgânica num local em contacto com a terra.
O produto resultante da compostagem é denominado de composto e pode ser aplicado no solo como adubo natural, apresentando vantagens monetárias e ambientais comparativamente aos fertilizantes químicos.




Quais os melhores materiais para colocar no solo? (a classificação dos resíduos que se segue tem como base a sua constituição química: azoto e carbono)
  • Resíduos verdes: legumes, cascas de fruta, pão, massa e arroz cozinhados, sacos de chás, etc…
  • Resíduos castanhos: folhas e ramos secos, relva, feno e palha, etc…
Há produtos que atrasam o processo de compostagem e que, por isso devem ser evitados, entre os quais: gorduras, lacticíneos, carne, peixe, marisco, vidro metal, plástico, etc…
Procedimento:
O procedimento é simples, consite na alternância entre a deposição de camadas de verdes e de castanhos (classificação dos resíduos quanto à sua constituição química, pois esta condiciona a rapidez e a qualidade do processo) e no controlo de algumas condições, como a temperatura, a humidade, o estado de revolvimento do composto (por causa do arejamento), a entrada de agentes patogénicos.

          

É devido à necessidade de manter estes factores em níveis aceitáveis, que surgem outros aspectos importantes para que a compostagem tenha sucesso, o local onde o compostor é colocado e o tipo de compostor. De modo a controlar a temperatura, devemos escolher um local para o compostor que não deixe cozer os microrganismos no verão nem congelá-los no inverno e no qual seja posível manter um nível de humidade moderado. Se colocarmos o compostor debaixo de uma árvore de folha caduca, teremos sombra no verão e sol no inverno, é a situação ideal. Existem vários tipos de compostor à venda, contudo podemos fazer o nosso próprio compostor, a partir de uma caixa de cartão, de madeira ou de plástico, furada por baixo, de modo a evitar cheiros e facilitar a entrada de microorganismos.
                                                               

Como é que o composto benificia o solo?
  • Ajuda a reter a água nos solos arenosos e dá porosidade aos solos argilosos.
  • Introduz no solo organismos benéficos, como bactérias e fungos, que têm a capacidade de passar os nutrientes da parte mineral do solo para as plantas.
  • O composto tem fungicidas naturais e organismos benéficos que ajudam a eliminar organismos causadores de doença, no solo e nas plantas.
Como posso utilizar o composto?
O composto maturado é usado para relvados, vasos, canteiros, floreiras e caldeiras das árvores. Uma mistura de 1/3 de composto, 1/3 de areia e 1/3 de terra é um rico adubo para plantas novas, floreiras e plantas de interior. Numa quinta,  aplicado nas plantações adiciona matéria orgânica, melhora a estrutura do solo, reduz a necessidade de fertilizantes e o potencial de erosão do solo e elimina ou reduz os problemas de deposição de estrumes, reduzindo as escorrências e contaminação de poços por nitratos.
.’. Nós somos a favor do desenvolvimento sustentável, acreditamos que não devemos sacrificar o futuro das próximas gerações simplesmente porque nos falta uma consciência cívica para aprender a poupar recursos e energia e a preservar os ecossistemas. Como pudeste ver, há pequenas estratégias que podemos adaptar aos jardim da nossa escola, assim como a compostagem, que é a solução sutentável que pertendemos implementar com vista à refertilização do solo a partir dos restos provenientes da cantina.

 

 O que é Compostagem?
“A compostagem é um processo que pode ser utilizado para transformar diferentes tipos de resíduos orgânicos em adubo que, quando adicionado ao solo, melhora as suas características físicas, físico-químicas e biológicas. Conseqüentemente se observa maior eficiência dos adubos minerais aplicados às plantas, proporcionando mais vida ao solo, que apresenta produção por mais tempo e com mais qualidade. Portanto, a redução do uso de fertilizantes químicos na agricultura, a proteção que a matéria orgânica proporciona ao solo contra a degradação e a redução do lixo depositado em aterros sanitários pelo uso dos resíduos orgânicos para compostagem, contribuem para melhoria das condições ambientais e da saúde da população. A técnica da compostagem foi desenvolvida com a finalidade de acelerar com qualidade a estabilização (também conhecida como humificação) da matéria orgânica. Na natureza a humificação ocorre sem prazo definido, dependendo das condições ambientais e da qualidade dos resíduos orgânicos. Na produção do composto orgânico vários passos devem ser seguidos, onde diversos questionamentos vão surgindo.” (OLIVEIRA, 2005)
Fonte: http://www.cfcvirtual.com.br/noticias/not_detalhe.php?id_noticia=36&id_area=7
Quais materiais são considerados resíduos orgânicos?
“Os resíduos orgânicos constituem todo material de origem animal ou vegetal e cujo acúmulo no ambiente não é desejável. Por exemplo, estercos de animais (cavalo, porco,  galinha etc), bagaço de cana-de-açúcar, serragem, restos de capina, aparas de grama, restos de folhas do jardim, palhadas de milho e de frutíferas etc. Estão incluídos também os restos de alimentos de cozinha, crus ou cozidos, como cascas de frutas e de vegetais, restos de comida etc.” (OLIVEIRA, 2005)

Quais materiais orgânicos são necessários para fazer o composto orgânico?
“É necessário o lixo doméstico orgânico, que é rico em nitrogênio (N), um nutriente importante para que o processo bioquímico da compostagem aconteça, e  restos de capim ou qualquer outro material rico em carbono (C), como palhadas de milho, de banana,  folhas de jardim, restos de grama etc. Caso tenha disponibilidade de esterco de animais, como boi, galinha, porco etc., a sua utilização como fonte de microrganismos decompositores acelera a formação do composto. A proporção de C e N é quem regula a ação dos microrganismos para transformar o lixo em adubo, devendo a mistura de resíduos orgânicos ter uma relação C/N inicial em torno de 30, ou seja, os microrganismos precisam de 30 partes de carbono para cada parte de N consumida por eles.  Na Tabela 1 é apresentada a composição de alguns materiais empregados no preparo do composto.” (OLIVEIRA, 2005)

Quais  materiais não devem ser misturados no composto?
“Madeiras tratadas com pesticidas ou envernizadas, vidro, metal, óleo, tinta, plásticos e fezes de animais domésticos. Não utilizar também papel encerado ou produtos que contenham qualquer tipo de plastificação.” (OLIVEIRA, 2005)


O que se deve evitar no lixo orgânico doméstico para compostagem?
“Deve-se evitar as gorduras animais, pois são de difícil decomposição, como também restos de carne, por atrair animais domésticos, e revistas e jornais, que são de decomposição mais lenta e podem ser reciclados.” (OLIVEIRA, 2005)

Como separar e armazenar o lixo orgânico doméstico?
“Utilize duas latas de lixo em sua cozinha com capacidade de 50 ou mais litros. Em um dos recipientes coloque o lixo seco (jornais, revistas, vidro, metal, plástico etc). Na outra lixeira coloque o lixo orgânico. Após encher a lixeira, leve os resíduos para o local destinado ao preparo do composto e comece a formar as pilhas de compostagem.” (OLIVEIRA, 2005)

Qual o melhor local e que materiais se necessita para preparar o composto?
“O local para fazer o composto deve ser reservado, próximo à um ponto de água, com espaço suficiente para o reviramento da pilha, com terreno de boa drenagem e de modo que a água possa escorrer para um local apropriado. Inicialmente deve-se revolver a terra com uma enxada antes de depositar a primeira camada de resíduos orgânicos no solo. Deve-se dispor como materiais básicos de uma pá, carrinho de mão, mangueira d’água, ancinho, enxada e um vergalhão de ferro.” (OLIVEIRA, 2005)

 Como é feito o composto?
“O composto é feito sobrepondo os resíduos orgânicos, formando-se pilhas ou leiras. A montagem da leira é realizada alternando-se os diferentes tipos de resíduos em camadas com espessura em torno de 20 cm. Por exemplo, forma-se uma camada com restos de capina, acompanhada por outra com restos de cozinha. A seguir adiciona-se uma camada de serragem e depois outra com restos de comida novamente, assim sucessivamente até esgotarem os resíduos . Ou seja, deve-se intercalar as camadas de restos de cozinha e de plantas secas. O tempo que o processo pode levar depende do tipo de resíduos orgânicos utilizados. Intercalar camadas com esterco  de qualquer animal é muito interessante, pois o mesmo funciona como inóculo de microrganismos e o processo tende a ser muito mais rápido. A cada camada montada deve-se irrigar sempre. Isso é fundamental para dar condições ideais para os microrganismos transformarem e decomporem os resíduos orgânicos. Com a leira pronta não é necessário molhar até  o primeiro reviramento. Caso tenha cinzas disponíveis, essas podem ser colocadas  na formação da pilha. A primeira e última camada devem ser de restos de capinas ou outro tipo de palhada. Outra forma de compostagem consiste em se misturar uniformemente todos os resíduos orgânicos, formando uma pilha e cobrindo com palha.” (OLIVEIRA, 2005)

Qual o tamanho da leira?
“A leira deve ter de 1,2 a 1,5 m de altura, 1,5 a 2 m de largura e comprimento de  2 a 4 m. Mas essas dimensões podem ser alteradas em função da quantidade disponível de resíduos domésticos e do espaço disponível, não se devendo no entanto ter leiras menores que 1,0 m3 (1,0 m de altura x 1,0 m de largura x 1,0 m de comprimento), que dificultam a manutenção da temperatura ideal.” (OLIVEIRA, 2005)

Quantas vezes é preciso revirar o composto?
“O reviramento ocorre quando se observar as barras de ferro frias ou muito quentes, o que pode ocorrer logo na primeira semana. Na dúvida pode-se estabelecer uma rotina de reviramento semanal da leira.” (OLIVEIRA, 2005)

Quais organismos são responsáveis pela de composição?
“Diversos organismos participam da decomposição, dentre eles os microrganismos como fungos e bactérias e os macrorganismos como protozoários, minhocas, besouros, lacraias, formigas, aranhas etc.” (OLIVEIRA, 2005)

O que fazer se o composto não esquentar?
“O processo de aquecimento deve iniciar até o quinto dia de formação das leiras. Caso isto não ocorra, existem duas causas prováveis. A primeira causa pode ser devido a pequena quantidade de lixo orgânico (falta de N) em relação ao capim, devendo-se  adicionar mais lixo orgânico e revirar a leira, misturando os materiais e cobrindo com palha. Se a causa for o excesso de água, deve-se revirar a leira, misturando-se bem as partes externas mais secas com as partes internas da leira. Se ainda assim o composto estiver muito molhado, deve-se adicionar mais capim seco, misturando bem com os outros materiais da leira. Se a causa for falta de umidade, deve-se ao mesmo tempo revirar e molhar a leira uniformemente.” (OLIVEIRA, 2005)

Quando o composto está pronto?
“A compostagem leva de 9 a 16 semanas, dependendo do material orgânico utilizado, das condições ambientais (no verão é mais rápido) e do cuidado no revolvimento constante e uniforme da leira. O composto está pronto quando após o revolvimento da leira a temperatura não mais aumentar. O material humificado (composto) se apresentará com cor marrom escura cheiro de bolor, homogêneo, sem restos vegetais entre 10 e 15 semanas.” (OLIVEIRA, 2005)



Como verificar a maturidade do composto?
“Pegar um copo, adicionar dois dedos de composto, completar com água e adicionar uma colher de café de amoníaco. Mexer e deixar descansar para decantar areia, terra e outros materiais insolúveis. Observar, então, a coloração do líquido. Se ficar escuro como uma tinta preta e apresentar a maior parte das partículas em suspensão, o composto está maduro. Por outro lado, se o líquido apresentar cor de chá ou café fraco e a maior parte do material se depositou no fundo do copo, então o composto está cru. Se o líquido mostra uma coloração escura, sem ser preta e um pouco do material em suspensão, a compostagem não terminou e o composto está na fase de semi-cura, ou seja, ainda imaturo.”  (OLIVEIRA, 2005)

Como o composto melhora o solo?

“Além de ser uma fonte de nutrientes (N, P, K etc), a adição de matéria orgânica do composto melhora a estrutura física do solo, proporcionando aos solos arenosos maior retenção de água e de nutrientes, enquanto nos solos argilosos aumenta a porosidade, melhorando a sua aeração. Aumenta também a população de microrganismos benéficos, como bactérias e fungos, que disponibilizam os nutrientes minerais do solo para as plantas.”  (OLIVEIRA, 2005)

 Onde o composto orgânico pode ser utilizado?
“O composto orgânico pode ser utilizado em todos os cultivos e plantas. Na Tabela 2 são indicadas algumas dosagens para cultivos diversos em chácaras e jardins. Para cultivos comerciais, as dosagens a serem utilizadas devem ser baseadas na exigência da cultura e no teor de nutrientes do composto.” (OLIVEIRA, 2005)

Fonte:
OLIVEIRA, A.M et al. Compostagem Caseira de Lixo Orgânico Doméstico. Disponível em: <http://www.cnpmf.embrapa.br/publicacoes/circulares/circular_76.pdf> Acesso em: 30 outubro de 2010.

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